terça-feira, 21 de outubro de 2014

NUM DIA DE POESIA


Esse compor tão lento
Num dia de poesia,
Já voa com o vento
Sem qualquer moradia.
 
Leio nesse momento
Algum verso com valia;
Terá algum sentimento?
Será alguma alegoria?
 
Não sei que poesia invento
Se ela, a mim, não me fala;
Apenas sei que agora tento
Compor algo que se cala.
 
Nem mesmo estou atento
Ao verso no meio da sala,
Que intui-me num intento
Vago de sono que embala.
 
Não sei o que acrescento
Nessa poesia sem direção;
Talvez algum lenimento
De flor cheirosa no coração.
 
Num dia de poesia eu sento
Alheio, sem tanta inspiração;
Com algum verso me contento
Mesmo sem nenhuma emoção!
 
Escritor Adilson Fontoura

 



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