sábado, 29 de novembro de 2014

RASTROS

Não deixo rastros do que fui,
    porque as minhas pegadas
    disformes estão esquecidas
    nos arquivos de minha
    consciência aprendiz. Mas
    deixo pistas do que deles
    aproveitei de útil para seguir
    em frente, tentando secar
    os meus choros emotivos,
    revertendo-os em sorrisos
    colhidos nas singelas flores,
    cujas seivas orvalhadas, já fluem
    tão escassas, pela presença
    um tanto quente do sol.
    Tão essencial em minha
    renovada caminhada,
    são as luzes cintilantes
    que emergem de minha
    consciência, agora impelida
    em regenerar-se dos erros
    que tanto inferiorizam-na.
    Se antes, era preciso sentir
    as pisadas sofríveis sobre
    as veredas espinhentas,
    foi para que hoje, pudesse
    iniciar os gozos dos alívios
    morais, pisando sobre
    as estradas edificantes
    que preparam a consciência,
    não para seguir os rastros
    trevosos, que disseminam
    o mal; mas para seguir os
    rastros luminosos, que, tão
    plenificantes, semeiam o bem.

    Escritor Adilson Fontoura
 
http://www.recantodasletras.com.br/autores/morenoliterato


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