A minha alma é um doce encanto,
que se nutre no fundo do mar;
é sereia na praia a se bronzear,
quando a manhã é plena de estio,
e o mar cintila lindo azul-anil,
e o pássaro se ostenta em canto.
Que se nutre no fundo do mar,
e se encanta no ambiente marinho,
aonde os peixes se amam no ninho;
se no mar a minha alma se depura,
espera no porvir viver na altura,
É sereia na praia a se bronzear,
no prazer de ser um pouco mulher;
fêmea-peixe que o mar sempre quer;
deusa que encanta os pescadores,
para amá-los nos mares de cores,
para tê-los eternos no imenso mar.
Quando a manhã é plena de estio,
a minha alma se enche da esperança,
que há nos olhos pueris da criança;
e a sereia lhe segreda o mistério,
que no mar ela guarda com império,
entre os cardumes dos peixes no cio.
E o mar cintila lindo azul-anil;
a sereia na praia, alegre canta;
o pássaro, imóvel sobre a planta,
voa e pousa na cauda da sereia;
a sereia, sobre a dourada areia,
consagra à ave uma atenção servil.
E o pássaro se ostenta em canto;
e voa de súbito para um coqueiral;
a sereia já está no mar espiritual;
e a minha alma já espiritualizada,
já vive uma vida quintessenciada,
e ouve dos anjos o eterno canto!
Escritor Adilson Fontoura
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