quinta-feira, 3 de julho de 2014

RENOVAÇÃO CONSCIENCIAL DE UM POVO


Desde o império até os dias de hoje no Brasil, mesmo já sendo uma democracia, que o poder ainda pertence à minoria oligárquica, e não à maioria popular. E isso ocorre porque a consciência inferior do nosso povo prefere a prática maléfica do orgulho e do egoísmo, estimulando o mal sócio afetivo, em detrimento do exercício benéfico da humildade e da caridade, impelindo o bem coletivo no seio da sociedade da qual faz parte. A melhoria da vida humana não se dá de uma vez, sobretudo a melhoria moral. E é a ausência de predominância das virtudes na consciência do nosso povo, que vem prejudicando desde os tempos remotos até a nossa contemporaneidade, todo o processo político social do Brasil. Quem constitui o poder democrático é o povo. Desse modo, se o poder que nos representa está imoral, é porque a sociedade que o constitui está imoral. Cabe, então, uma renovação consciencial paulatina em nossa estrutura sócia política, que inclua não só, reverter o mau hábito de eleger e reeleger políticos corruptos, eliminando-os da vida pública, como também investir em educação, em civilidade, em cidadania, em politização, em moralização pública e privada. Na democracia, se o povo é quem detém a soberania, cabe-lhe sempre o papel principal de renová-la para melhor. Não se melhora a qualidade de vida de um povo, oferecendo-lhe migalhas de benefícios sociais, condicionando-o a uma alienação encabrestada crônica, marginalizando-o como pária desprezível na sociedade, ou sistematizando o assistencialismo eleitoreiro para manter-se no poder como fascistas nacionalistas disfarçados de democratas. O nosso povo precisa reagir em benefício moral de si próprio, corrigindo-se enquanto poder popular soberano, tendo a decência de eleger e reeleger representantes dignos que cuidem com amor e respeito de quem lhe outorga o poder, o povo, mas com caridade social, e não com egoísmo antissocial. A nossa nação é rica dos valores e bens materiais, porém, pobre dos valores e bens morais. A exclusão, a desigualdade, a subserviência e conivência ao poder corrupto, é fruto da ignorância consciencial do nosso povo, que, infelizmente, ainda não despertou (mas sempre é tempo oportuno de destruir um poder indecente, construindo um poder decente) deveras ao seu próprio bem-estar físico e espiritual, posto que, continua favorecendo o mal no poder elitista imoral, em detrimento do bem no poder popular moral.
 
Escritor Adilson Fontoura
 


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