segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

OPINIÃO


A nossa democracia (e a dos outros países do continente latino-americano), está tão desgastada, tão corrupta que, de tão falida, tão combalida, acaba por estimular outros regimes sociopolíticos que, a princípio, em sendo implantados, não visam ficar pior do que está em desigualdade social... A meu ver, o adequado é que, cada país, em suas respectivas democracias sul-americanas fossem se aprimorando gradualmente em qualidade de vida e ajudando-se mutuamente, como já ocorre com o Mercosul... Entretanto, existem também outras alternativas de fortalecimento desse bloco de países sul-americanos e mais o acréscimo dos países caribenhos, que continuariam com as suas soberanias, porém, interligados ou integrados por um regime socialista e posterior comunismo, com o fim básico do bem social comum... Em qualquer regime sociopolítico, o mal crônico da corrupção sempre gerou a desigualdade social, cujas raízes nocivas provêm da deficiência moral da sociedade, que irá cronicamente, constituir o poder corrupto, tornando-se assim, conivente, vítima e cúmplice do próprio mal que flui dela e depois volta pra ela; portanto, a deficiência não está no regime político, e sim, na insuficiência moral de quem constitui e de quem representa esse regime... Para mim, a democracia, seja presidencialista ou parlamentarista, é a melhor opção de regime sociopolítico, visto que, simboliza essencialmente, a real expressão libertária de soberania popular; contudo, o seu sucesso, a sua eficiência, depende da capacidade de educação, de civilidade e de moralidade da sociedade que a compõe... Já o comunismo, que também tem o seu lado bom e o seu lado ruim, caso se efetive na América Latina, decerto não será do tipo ortodoxo: aquele em que, as propriedades deixam de serem privadas para pertencerem ao estado, com todos trabalhando de forma coletiva como se fossem empregados do estado, usando uma pequena parte do que produzirem para sua sobrevivência e a maior parte terá que ser repassada ao poder que lhe representa; ou seja, no comunismo ortodoxo, não existem as classes sociais distintas; o que existe é a classe operária, seja rural ou urbana, produzindo os bens de consumo, ou usando outros bens, mas sem direito real do que usufrui, pois estes pertencem ao estado; quer dizer, a sociedade teria o seu sustento básico, mas estaria sempre refém ou escrava do poder tirano; Cuba é um exemplo vivo desse regime antiquado... Já o comunismo moderno é o de economia mista; é aquele em que uma parte da economia é privada; e a outra parte é pública; a China, por exemplo, vivenciou primeiro o comunismo ortodoxo e não crescia; o estado concentrava em demasia os poderes de propriedade formando a classe elitista e comandando a classe operária, o povo, que na prática, eram escravos do poder; com as reformas econômicas, o poder comunista chinês optou em conciliar o comunismo com o capitalismo; ou seja, não descartou a tradição comunista, no entanto, renovou-a, mantendo-a em equilíbrio com o capitalismo; o que resultou num crescimento econômico extraordinário, com o PIB recente similar ao dos Estados Unidos; hoje a China é potência econômica porque teve coragem de fazer as reformas necessárias para melhorar a qualidade de vida de seu povo, cuja população é a maior do planeta, com 1,36 bilhões de chineses; com 70% da economia privada e 30% da economia pública, a China exerce hoje, o comunismo moderno, aquele em que a sociedade é livre pra produzir e ter o direito naquilo que produz, além dos bens que vai adquirindo mediante as diversas formas de atividades profissionais; enfim, é mais ou menos o que ocorre com a democracia, na qual a maior parte da economia é privada, e a interferência do estado é a mínima possível, ficando restrita à arrecadação dos impostos e ao controle das riquezas naturais, devendo desse modo, gerir de forma eficiente os recursos adquiridos para devolvê-los em bem-estar social para o povo... Se a implantação da UNASUL e da URSAL visar esse novo modelo comunista, combatendo com rigor, o mal crônico da corrupção, nesse caso, vale a pena experimentar essa transformação sociopolítica na América Latina!
 
Escritor Adilson Fontoura
 
 

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