quarta-feira, 1 de abril de 2015

FLORA, A GAROTA DE PROGRAMA


Já no limiar da fase adulta, Flora tinha desistido de estudar. Não tinha vontade tampouco paciência pra contar ano de estudo.  Por insistência dos pais, repetindo ano, ela conseguiu concluir até o ensino fundamental. Filha única, os pais queriam vê-la formada em alguma profissão. Quem sabe, ela poderia ser uma professora, uma atividade digna e bem adequada para uma mulher.
No entanto, para desgosto deles, ela não quis mais saber de estudar. Preferiu experimentar curtir a vida. Viver algumas aventuras excitantes. Vivenciar logo cedo os vícios mundanos. Aprendeu a fumar, a beber, a sair pra gandaia com as amigas; a compartilhar de orgias com os amigos, onde rolavam droga, namoro, sexo, e mais alguns desregramentos da vida libertina.
De nada adiantava o conselho dos pais, alertando-a do perigo a que se expunha levando aquela vida errante, irresponsável, sem preocupar-se com o seu porvir de vida. Não tinha hora certa pra chegar em casa. Às vezes, tinha dia que nem chegava. E quando chegava, após um ou dois dias de ausência do convívio doméstico, os pais não a reconheciam; magra, abatida e mal-humorada, não lhes dizia nada; apenas trancava-se no quarto e dormia, dormia, dormia bastante; depois acordava com muita fome; vendo-a com uma aparência melhor, os pais tentavam uma conversa com ela, mas em vão; só lhes dizia que estava bem, que não se preocupasse com ela. Com as energias refeitas, Flora pegava a mochila, dava um tchau a eles e estava pronta de novo pra vida de aventura.
No vigor da juventude, tão bonita e sensual, a despeito da vida imprópria que levava, contrária as normas de boa conduta, a manceba se entregava intensamente aos prazeres viciosos do mundo imoral. Os pais não tinham condições de dar a ela uma vida de luxo. Mas desejariam que ela vivesse de uma forma honesta. Mesmo não querendo mais estudar, mas que trabalhasse em algum emprego prático, que lhe desse uma condição restrita, porém, digna de sobrevivência.
Preferindo viver na vadiagem, a jovem relapsa, pra sobreviver, prestava alguns serviços amorosos a homens com certa condição econômica; em troca, adquiria o seu sustento; assim, ajudava em casa nas despesas, além de suprir as suas necessidades pessoais cheias de extravagâncias fúteis. Nesses compromissos de comerciar o próprio corpo, bem que ela achou um ou outro homem disposto a aproveitá-la, para colocá-la por conta, ou até mesmo para uma convivência estável que lhe proporcionasse uma vida decente em família, com casa, filhos e marido pra cuidar. Pra quem vivia desvalorizando-se, até que não seria ruim. Poderia ser mesmo por aí, a forma sensata de reorganizar a sua vida incerta.
Em sua luta existencial instável, ela parecia não perceber que em pouco tempo, o desgaste físico, o envelhecimento precoce seria inevitável. Todavia, Flora, sentindo-se ainda vigorosa e tão vaidosa, valia-se dos seus belos atributos carnais, bastando somente embelezar-se com maquiagem, roupas e acessórios, para seduzir os homens com encontros em horários marcados pelo celular, de dia ou de noite, comprazendo-se assim, com o tipo de vida que escolheu pra sobreviver.
Os pais já sabiam que ela vendia o corpo pra se sustentar e poder também ajudá-los. Claro que eles não se sentiam bem vendo a única filha se expor daquela forma inadequada e imoral. Sentiam-se mesmo envergonhados. Eventualmente, carros, motos, paravam próximo da casa. E ficavam ali à espera dela sair, bem vestida, com roupas justas e chamativas, toda linda, cheirosa e gostosa, esbanjando charme, elegância, e sensualidade.
Transcorridos dez anos, Flora estava com trinta anos. Continuava bela, apesar de já mostrar os primeiros sinais exaustivos, visíveis em seu rosto moreno, através das rugas e olheiras, que ela tentava disfarçar com maquiagem. Com o dinheiro que ganhou durante esse período, conseguiu reformar a casa dos pais, trocando também todos os móveis. Os pais, embora jamais tenham aprovado o modo como a filha ganhava dinheiro, entretanto, lhes agradeceu pelo esforço que fez em dar-lhes um melhor conforto de vida. Além disso, Flora conseguiu também juntar algum dinheiro, que estava guardado na caderneta de poupança. Precavendo-se assim, de algum imprevisto que pudesse ocorrer em sua vida e na vida de seus pais, que já eram idosos, de parcos recursos, e apenas o pai era aposentado como trabalhador rural.
Agora mais madura, fruto das experiências que vivenciou na vida mundana, já não se expunha tanto nos desregramentos. Selecionou mais as amizades. Afastou-se das farras e orgias. Mas não se desligou da atividade que lhe dava o pão de cada dia. Também não fazia programa com a mesma frequência de há dez anos. Aos poucos a idade estava chegando e ela precisava poupar-se e continuar economizando, para quem sabe, montar algum negócio visando garantir o seu futuro de vida.
E assim ela ia vivendo, se arriscando menos, mas sem deixar de ganhar a vida como garota de programa. Certa noite, o cliente a havia deixado bem perto de casa. Ela fazia questão que fosse assim, evitando a língua ferina dos vizinhos, além de não constranger os pais, que não concordavam com o seu modo indecente de sustentar-se. Por outro lado, eles não reclamavam mais acerca de sua atividade. Afinal, se melhoraram de vida, foi por causa de seu valioso auxílio. Ao entrar em casa sentiu sede. Depois que bebeu a água, um forte enjoo quase a fazia vomitar. Pensou: o que seria aquilo? Decerto era porque o estômago estava vazio. Quis comer alguma coisa, mas desistiu. Sentia muito sono. Preferiu dormir.
No outro dia, acordou com fome, mas o enjoo não passou. Tomou o café da manhã. Sentiu-se um pouco melhor. Aquela sensação nauseante começava a lhe preocupar. De repente, lembrou que a menstruação estava atrasada. Seria uma gravidez? Mas ela sempre tomava as devidas precauções. Temia a gravidez indesejada. Sempre usou camisinha desde quando se iniciou na vida sexual. Por isso, achava que não devia ser gravidez; talvez a causa do enjoo fosse uma verminose, quem sabe, tinha que fazer exames...
Os clientes, praticamente os mesmos, ligavam, querendo os seus serviços profissionais. Flora, no entanto, alegando indisposição pedia a compreensão deles, lhes dizendo que ficaria uns dias sem exercer a atividade. Foi ao médico, que lhe passou uma bateria de exames. Tudo foi encaminhado no laboratório. Em poucos dias ela saberia como estava de saúde. Em casa, desfrutando daquele descanso repentino, até que não era ruim. Pôde ficar mais com os pais, que sentiam muito a sua falta, recebendo deles todo o apoio, todo o carinho, todo o amor que ela, naquele momento, necessitava. Amava-os muito. Se o que fazia não era do agrado deles, também não os culpava de nada, tampouco se culpava. Só queria, a seu modo, ajudá-los. Ainda que fosse daquele jeito, inadequado para eles. A vida é assim mesmo. Cada um escolhe como quer viver. Hoje, vive-se de um jeito. Amanhã, vive-se de outro jeito. O aprendizado é constante. Não era religiosa praticante, mas cria em Deus e orava sempre que tinha vontade pedindo ao Altíssimo, a suprema bênção, proteção e iluminação. Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra, disse Jesus. Quem não peca de um jeito, peca de outro jeito. Somos todos pecadores. Cabe a cada um, segundo a sua capacidade de escolha, seguir por um caminho melhor, corrigindo os erros cometidos. Se o momento dela corrigir os próprios erros, fosse a partir de uma nova situação existencial, fazendo-a mudar os hábitos de vida, que a vontade de Deus se cumprisse junto com a sua vontade.
Um tanto apreensiva pelo resultado dos exames, achava que seria bem melhor receber a notícia de uma gravidez imprevista, do que a fatalidade de uma doença grave. Relembrando a sua rotina com os clientes, tinha um que gostava muito dela. E até lhe propôs mais de uma vez, que se quisesse, poderia conviver com ele. Chamava-se Thomaz. Era alemão. Estava no Brasil há dois anos. Dono de uma pousada em Barra Grande, na península de Maraú, apesar de já ter ficado com várias mulheres brasileiras, mas tinha uma singular admiração por ela. Não sabia explicar-lhe o motivo. Podia ser amor, paixão, afinidade espiritual, ou todos esses sentimentos juntos. Há um ano quando veio à Itabuna, um amigo lhe passou um número de celular, dizendo tratar-se de uma mulher especial, mesmo sendo uma garota de programa, valendo assim, a pena conhecê-la. Desde então, Flora já tinha tido pelo menos uma meia dúzia de encontros com ele. O último tinha sido a mais ou menos um mês e pouco, quando ele veio à cidade fazer compras, e, claro, com saudades dela, ter mais uma oportunidade de entregarem-se juntos por algumas horas a deliciosos momentos de prazeres amorosos. Foi aí que ela se lembrou de que, no último encontro, ele pediu-lhe pra transar sem camisinha. Não costumava ceder a esse tipo de pedido. Tinha medo de o cliente gozar dentro dela. Além disso, ela sabia que, precavendo-se, estaria evitando DST e gravidez. De todos os seus clientes, ela também parecia sentir por aquele gringo, uma afeição que ia além do contato carnal. Recentemente, ele tinha renovado o pedido pra que ela aceitasse ir morar com ele. Apesar dela ter gostado do que ouviu, não deixou que a sua alegria se transparecesse. Tinha dúvida se ele realmente, devido à sua condição de mulher que fazia vida, estaria sendo sincero de aproveitá-la pra ser a sua companheira. E pensava: o futuro a Deus pertence! O que tiver de ser será!
Flora hesitou um pouco, porém, o alemão pediu-lhe com tanto carinho que ela cedeu à sua vontade, advertindo-lhe, no entanto, que gozasse fora dela. E assim ele fez. Nesse caso, não haveria perigo dela engravidar. Ou haveria? Se fosse gravidez, pensava: adoraria ter um filho do gringo, mesmo se, um dia, ele soubesse e não acreditasse que fosse dele. Rejeitando-a e o filho. Ainda assim, o criaria com muito amor. Foi ao laboratório no dia marcado. Pegou os exames. Dois dias depois, foi consultar-se com o mesmo médico. Aguardando ser chamada na saleta de espera, ela se impacientava com as mãos trêmulas e o suor frio lhe escorrendo na face morena.
Flora era uma bela mulata. Costumava ser observada pelas pessoas quando chegava aos ambientes pelos seus belos atributos femininos. Nem a vida viciosa dos primeiros anos da fase adulta e depois a opção por ser uma garota de programa, desfez a sua beleza ainda tão jovial. Enfim, a secretária lhe avisou que podia entrar. Depois dos cumprimentos, o médico tratou logo de abrir os exames. Aqueles breves momentos lhe pareceram uma eternidade. Após analisá-los, o médico, olhando-a com ar risonho, foi-lhe informando que os exames não tinham nada de grave; que a causa do enjoo, podia ser sim a ameba, mas que um simples remédio de verme resolvia o problema; por outro lado, achava que o enjoo inesperado era porque ela estava grávida. Em rápido instante, o rosto pálido da mulata, ruborizou-se. Abriu-se num lindo sorriso de alegria. O médico apenas lhe acresceu que dali pra frente, ela devia procurar um especialista em obstetrícia para acompanhar a sua gravidez.
Flora saiu do consultório médico radiante de felicidade. Enquanto andava de volta pra casa, ia pensando em sua nova situação de vida. Sim, ela estava grávida, e mesmo sendo uma gravidez imprevista e sem ela saber quem era o pai, certamente pressentia que algo de bom, de edificante estava prestes a ocorrer em sua vida, mudando-a para melhor. Quanto ao pai, tinha quase certeza que o gringo a engravidou, mesmo não ejaculando dentro dela. Afinal, isso seria possível? Uma situação incomum que nunca tinha ocorrido com ela, até aquele dia que o alemão pediu-lhe pra transar sem a camisinha... Mas isso não tinha importância agora; importava que estivesse bem de saúde; e o que ela queria mesmo era curtir a sua gravidez. Ah, se fosse ele, o pai do seu filho! Ela ia andando e imaginando o filho branquinho e de olhos azuis em seu colo ou no carrinho de bebê; e, ao seu lado, o pai, o Thomaz, o gringo, o alemão, o amor de sua vida, o homem com quem ela queria conviver pra sempre. Talvez essa convivência fosse um sonho que poderia ou não ser realizado. O futuro dirá. A Thomaz, depois que o seu filho nascesse, se houvesse oportunidade, ela lhe falaria sobre essa bênção em sua vida. Aos outros clientes não havia essa necessidade. Na verdade, ela não sabia mesmo quem era o pai de seu filho. Por esse motivo, não seria oportuno, falar aos clientes que tinha engravidado. Quando fossem ligando, inventaria outra coisa; diria que resolveu descansar um pouco; e talvez, quem sabe, montaria algum negócio pra ela; de uma coisa ela já tinha certeza: nunca mais voltaria a ser garota de programa. Por intuição feminina, foi planejando a sua vida de forma prática. Não foi em vão que ela vivenciou as suas extravagâncias; visto que, também aprendeu a lutar durante esses longos dez anos. Além de ajudar os pais, também economizou pra ela. E agora estava na hora de se preparar para vivenciar uma nova etapa em sua vida.
Chegando em casa falou aos pais da novidade, que ficaram bastante contentes com a possibilidade de ganharem o primeiro netinho. À medida que os clientes ligavam, ela ia os dispensando, até mesmo Thomaz, que ligou várias vezes, inconformado por não poder mais vê-la. Pelo menos, ao gringo, ela lhe contaria o real motivo de sua mudança de vida no momento apropriado.
Seis meses se passaram. Flora estava sendo bem acompanhada pela obstetra. Tudo estava bem com ela e com os bebês. Sim, porque a ultrassonografia revelou que ela ia ter um casal de gêmeos. A futura mamãe não se cabia de tanta felicidade. Claro que o enxoval só começou a ser feito, após o resultado da ultrassonografia. Trata-se de um procedimento normal mediante o auxílio da tecnologia, pra se saber previamente o sexo do bebê. Nesse caso, ao invés de Flora ocupar-se com a compra de um enxoval, fosse pra menino ou menina, comprou com convicção, dois enxovais, concernentes aos dois sexos.
Durante a gravidez, Flora alimentou-se adequadamente, conforme o critério estabelecido pela obstetra. Assim, ela não engordou em demasia. Fazia pequenas caminhadas. Distraia-se com leituras edificantes à sua alma. Ia à missa aos domingos. Passou a orar com mais regularidade. Entendia que esse era um momento relevante em sua vida; e que por isso, devia aproximar-se mais do Criador, para confessar-lhe as suas faltas, prometendo-lhe que, daquela nova etapa de sua vida em diante, ela não só, se preocuparia em corrigir os seus erros, mas também buscaria levar uma vida honesta, digna, segundo as boas regras de conduta moral.
Por fim, Flora entrou no último mês da gravidez. A sua expectativa já era grande pela chegada do casal de gêmeos. Pelo último exame que fez com a obstetra, esta lhe avisou que o parto tinha tudo pra ser normal. Certa noite, de madrugada, ela acordou suando muito. Começou a sentir as primeiras contrações. Chamou pela mãe, que não demorou a acordar, vindo ver o estado da filha. Em casa, estava tudo pronto e adequado para a chegada dos gêmeos. De manhã cedo, pediu à mãe que chamasse um táxi para levá-las à maternidade. Eram pouco mais de duas horas da tarde, quando Flora deu à luz a dois lindos e saudáveis bebês.
Na semana que os gêmeos completariam um ano de vida, Flora achou que estava na hora de fazer uma surpresa pra Thomaz. Convidou-o pra comemoração do primeiro ano de aniversário dos seus dois filhos. Explicou-lhe que tinha tido um casal de gêmeos. E que foi esse o motivo pelo qual ela havia não só, se afastado, mas desistido pra sempre de ser garota de programa. Flora estava muito feliz. O seu lar estava repleto de convidados. As crianças, em alegre algazarra, curtiam desinibidas as celebrações dos primeiros aninhos de vida dos seus queridos e amados gêmeos. Thomaz ainda não tinha chegado. E ela o aguardava com muita ansiedade, porque queria que todos cantassem os parabéns com a presença dele.
Em dado momento, um carro parou à frente da casa. Flora deixou os seus pais olhando os netinhos, que estavam sentados próximo à mesa sobre duas cadeirinhas altas, rodeados pelas outras crianças, e foi ao encontro de quem ela já sabia quem era com o coração aos pulos de tão contente. Thomaz apeou do carro, e, tão sorridente, foi logo abraçando-a; e sem demora, os dois se beijaram apaixonadamente. Quando entraram na casa, abraçados, os convidados bateram palmas saudando o tão feliz casal. Agora sim, os parabéns aos aniversariantes, já podia ser cantado. Em dado tempo da festa, Flora apresentou Thomaz aos seus pais, como sendo o seu namorado. Depois de abraçá-los, o gringo gostou tanto do que ouviu que reforçou o que a sua amada havia dito, confirmando que aquele namoro em pouco tempo, seria acrescido de noivado e futuro casamento. Os pais de Flora, custando a crer no que viam, ante a possibilidade concreta de verem a filha casada, ainda mais com um estrangeiro, não se cabiam de tão felizes.
Finalmente, o momento tão esperado para Flora: o de apresentar os gêmeos para aquele que, possivelmente, era o pai biológico. Pegou-o carinhosamente pela mão, e o trouxe para bem perto dos pequenos. Quarentão, Thomaz havia se casado na Alemanha, mas estava divorciado. Não tinha filhos. Apaixonado pelo Brasil resolveu aventurar-se, tentar a sorte no país tropical. Tão emocionado, ele pegou o menino e ficou a admirá-lo, dizendo que parecia muito com ele, pela cor branca e pelos olhos azuis da criança. Depois, pegou a menina com a mesma emoção, dizendo que, pela cor morena e pelos seus olhos castanhos, parecia muito com a mãe. E olhando tão apaixonado para a amada, lhe perguntou se já os havia registrado? Ela, com muita emoção, lhe respondeu que ainda não tinha feito isso, porque estava esperando o momento adequado para apresentá-los a quem ela escolheu para ser o seu esposo e o pai dos seus filhos, melhor dizendo, dos nossos filhos. E a família recém-formada ficou ali, reunida e abraçada, desfrutando daqueles momentos de harmonia afetiva que, certamente, muitos outros seriam vivenciados da mesma forma, bem felizes e duradouros.
 
Escritor Adilson Fontoura  
 








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