Traz o vento o
cheiro silvestre das árvores frondosas,
adentrando
mavioso nas casas simples das agrovilas;
traz o suor forte
do camponês nas tarefas laboriosas,
e traz o canto do
pássaro a ostentar plumas tão belas.
O vento também
refresca as hortas tão bem cultivadas
nos quintais
domésticos; enquanto das calhas, goteja
a água da chuva a
cair fina, fluindo pelas valas acanhadas
O vento só não
penetra tão forte, nos fundos boqueirões,
de vegetação
ainda intacta; onde as caças estão sonolentas
no interior das
tocas; onde chega mais cedo que nos sertões,
a noite tão
misteriosa e tão povoada das almas pestilentas.
Mas o labor do
vento é diário; e o seu passar forte ou mavioso,
simboliza uma das
formas da presença de Deus na natureza;
pois o próprio
Deus, no vento tão suave, traz o maravilhoso
ato de amar,
doando-o às almas carentes da luz do amor já acesa.
Escritor Adilson Fontoura
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