MENOS EGOÍSMO E MAIS ALTRUÍSMO

Temos que diminuir o nosso egoísmo e aumentarmos o nosso altruísmo. Temos que nos colocar no lugar de quem sofre, para sentirmos a dor do seu sofrimento, solidarizando-se, para que, quando estivermos sofrendo, sentirmos o quanto é confortável alguém está do nosso lado auxiliando-nos a amenizar a nossa dor. O auxílio fraterno, a palavra amiga, o consolo espiritual, são sempre bem-vindos em qualquer situação de intranquilidade emocional e desequilíbrio psíquico. O ajudar, o servir espontâneo, faz bem a quem auxilia, e, a quem é auxiliado nos momentos de adversidade; pois quem sofre, recebe a caridade espiritual de quem está suportando pela resignação compreensiva, o infortúnio momentâneo de outrem, havendo aí, a melhoria moral de ambos. Como ainda acumulamos uma carga negativa de débitos cármicos, muitas vezes, falta-nos a devida compreensão para entendermos a causa que desencadeou tal sofrimento, que não está, quase sempre, na presente encarnação, e sim na anterior ou anteriores, quando, pela reencarnação, voltamos a nos reunir como espíritos, num mesmo grupo familiar ou social, para ajustarmos os nossos conflitos de encarnações passadas que ficaram mal resolvidos. Assim, quase sempre, o que nos ocorre em cada encarnação, é uma sequência do que já nos ocorreram em encarnações anteriores, adicionando-se, claro, novas situações que contribuam à nossa melhoria consciencial. Entretanto, o resgate dos erros cometidos anteriormente, faz parte também dessa melhoria, que vão sendo eliminados aos poucos, conforme a nossa boa vontade em corrigi-los, para que avancemos com a consciência mais limpa dos males que atrofiam o nosso desenvolvimento moral.
Desse modo, compreender e considerar a dor, o sofrimento alheio, é relevante para desenvolvermos a nossa solidariedade para com o próximo, diminuindo em nossa consciência, o mal egoísta e aumentando o bem altruísta; mas também quem sofre, ao receber o amparo de quem está confortando e compreendendo o seu sofrimento, deve esforçar-se para que as energias e vibrações benévolas exteriores, penetrem em seu interior, onde há maior carga de energia negativa, facilitando diluí-las ou amenizá-las, em favor de suas boas e salutares energias e vibrações, visando suportar as provas com resignação, superando-as em seguida, mediante a perseverança. Enfim, diminuir, amenizar o sofrimento em cada um de nós, pode depender do auxílio fraterno de quem se predispõe a ajudar; mas também depende muito mais da boa vontade, do nível de compreensão de quem se ocupa com o seu sofrer. A existência da alma é uma sequência evolutiva de acontecimentos bons e ruins, que vão se desencadeando, sobretudo pelas reencarnações sucessivas; as ocorrências ruins vão sendo eliminadas aos poucos, livrando-a das impurezas e favorecendo as purezas morais, que vão se sobressaindo cada vez mais em suas ações conscientes, substituindo a dor, motivada pelos males imorais, pelo alívio psíquico, motivado pelos bens morais, que vão acrescendo ao ser espiritual em evolução, o lucro virtuoso do avanço meritório em seus propósitos edificantes de bem-estar moral, em suas graduais caminhadas carnais e espirituais.

Escritor Adilson Fontoura