sábado, 26 de abril de 2014

MULHER NUA



Mulher nua, tão sensual,
sob a chuva tropical;
sente no corpo e na alma,
o frescor da natureza;
mulher nua, em tão
espontâneo viver carnal,
ostenta tão belo corpo
em genuína singeleza.
   
Mulher nua, sob a chuva,
em ambiente tão natural;
saúda a natureza, templo
sagrado da divina grandeza;
tão sensível, mulher nua,
em meio a chuva fenomenal,
tirita no frio tropical,
em gesto de sensual nobreza.
 
Mulher nua, tão linda, tão
deliciosa para ser admirada
sob a chuva a cair maviosa,
refrescando o seu corpo
macio, curvilíneo e delgado;
tão meditativa, mulher nua,
com os cabelos ensopados,
pensa na paz que sente,
deleitando-se em meio
a efêmera chuvarada;
harmonizando-se com a paz
campesina, e absorvendo
os aromas silvestres
das flores e dos capins
tão encharcados.
  
Ó, mulher nua, com a sua
lubricidade natural, não só
seduz, mas também deixa
envolver-se pelos encantos
dos elementos naturais
chuvosos, numa comunhão
amorosa que transcende
os meros prazeres carnais;
conquanto, em seu despir
espontâneo sob a chuva,
compartilha também
da natureza pluviosa
despida, no deleite
harmonioso recíproco
de singular cópula espiritual!
 
Escritor Adilson Fontoura

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