Eu passo e te vejo
mulata faceira,
na janela, e não
me canso de admirar
a tua pele bronzeada;
os teus cabelos,
os teus olhos, os teus
seios, me excitam
mulher tão bela!
Gostaria de ver-te
por inteira, passeando
na praça ajardinada.
Ai, mulata charmosa,
não me contento
só em ver-te na janela,
olhando-me de esguelha
quando passo; por que
você não sai um pouco,
pintura sensual feminina
de aquarela, para que
possa admirar-te mais
de perto, e, quem sabe,
dar-te um beijo gentil,
ou, um afetuoso abraço?!
Ai, como eu queria
conhecer-te, mulata
graciosa! Só te vejo
em casa, tão abstraída,
debruçada na janela...
Não sei se é retraída,
se é expansiva, se é
prendada, se é fogosa..
Seja o que você for,
a minha vontade
é de namorar-te;
é de passear com você
de mãos dadas; é de
acariciar-te, abraçar-te,
beijar-te; é de amar-te
todinha, fêmea
trigueira deliciosa...
Ó, bela mulatinha,
tão sensualmente
debruçada na janela!...
Enquanto não realizo
o meu sonho de passear
com você na praça
ajardinada, me contento
em ver-te abstraída
na janela, saudando-me
gentilmente com uma
das mãos, quando me
vê passando e olhando-te
tão embevecido com a tua
jovem beleza tão sensual!...
Escritor
Adilson Fontoura
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