A real, a inalterável felicidade em nossa
consciência ainda imoral, não está no aqui e agora, mas em nosso porvir
existencial, que será conquistada mais depressa ou mais vagarosa, conforme a
nossa boa ou má vontade; por enquanto, o que existe, são aprendizados
existenciais, estágios evolutivos das almas que vão vivenciando as suas etapas
experimentais de desenvolvimento moral; as almas que se comprazem com as más
ações (vinculadas aos males imorais), em suas caminhadas evolutivas,
experimentam a ilusória, a falsa felicidade; e as almas que se satisfazem com
as boas ações (vinculadas aos bens morais), experimentam a inefável, a real
felicidade. A falsa nos impele ao mal; a verdadeira nos impele ao bem; provamos
das duas porque somos alunos aprendizes, relapsos, inseguros, infiéis
aventureiros que não sabem ou não são capazes em definir que caminho seguir;
ora seguimos pela senda do mal, ora pela senda do bem, movidos por nossa
consciência momentaneamente impura. Entretanto, à medida que amadurecemos, que
nos elevamos moralmente, que compreendemos melhor o valor do amor e do bem em
nossas consciências, vamos sim, cada vez mais, sentindo em nosso íntimo a
sensação agradável do que é realmente ser feliz, ou o estado virtuoso de pureza
espiritual, embora a caminhada na direção de nossa depuração moral seja árdua e
longa, mas a força das coisas presidida por Deus, nos impele a progredirmos
gradual, lenta e continuamente, suportando resignados as adversidades e ao
mesmo tempo superando-as perseverando, como o aluno que vai sendo aprovado em
seus ciclos educativos, do pré-escolar ao doutorado, que no caso da alma,
começa de sua natureza primitiva, e segue progredindo em estados morais de
inferioridade, superioridade, até o ápice de seu desenvolvimento moral, quando
ela consegue, por mérito próprio, a ser pura de espírito, como os seres
angélicos, que já passaram por todos os estágios de vivência evolutiva, e
desfrutam, nos reinos espirituais sublimados ou quintessenciados, da tão
almejada inefável e inalterável felicidade, que, certamente, cedo ou tarde,
todos nós alcançaremos em nossa feliz eternidade.
Escritor Adilson Fontoura
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