Postado por Jefferson P B Tenório
O esquecimento das vidas passadas é uma
realidade no processo de reencarnação. Realidade justa e necessária, diga-se de
passagem, como não poderia ser diferente, já que vem de Deus. Mas então podemos
inquirir: não seria melhor se lembrássemos de tudo para então saber o porquê de
certas coisas que nos acontecem agora, para termos uma melhor visão geral das
coisas e assim buscarmos nossa reforma íntima?
Certamente isso poderia ser útil para alguns,
a saber: a minoria composta por aqueles de moral elevada e sempre prontos para
perdoar seus inimigos. Como a maior parte da humanidade não se encontra - nem
nunca se encontrou - nesse estágio de evolução moral, o esquecimento é mais uma
bênção de Deus para conosco.
Todos temos erros passados a serem corrigidos,
pessoas por nós derrubadas e humilhadas em outras encarnações que agora devemos
ajudar a se erguerem do abismo em que a empurramos. Tais pessoas podem ser
agora nossos pais, irmãos, tios, primos, vizinhos, colegas de trabalho, não se
sabe.
Mas como reagiríamos se, ao vermos um filho nosso nascer, reconhecêssemos nele a pessoa de um carrasco em uma vida passada? Alguém que nos arruinou completamente aquela vida! Iríamos dar a ele todo o nosso amor? Iríamos estar sempre prontos a atender o seu choro durante a noite depois de tudo o que ele nos fez?
Mas como reagiríamos se, ao vermos um filho nosso nascer, reconhecêssemos nele a pessoa de um carrasco em uma vida passada? Alguém que nos arruinou completamente aquela vida! Iríamos dar a ele todo o nosso amor? Iríamos estar sempre prontos a atender o seu choro durante a noite depois de tudo o que ele nos fez?
O véu lançado sobre esses acontecimentos
anteriores é uma ajuda da misericórdia divina que nos coloca em uma posição
favorável à reconciliação com nosso próximo. Criando aquela criança desde pequena
aprenderemos a amá-la, não mais importando o mal que ela nos causou em outras
vidas. E esse amor que lhe devotarmos fará com que também ela nos dedique seu
amor e o passado sombrio seja finalmente deixado para trás. Sem esse
esquecimento a vida poderia ser quase impraticável devido ao nosso baixo nível
de fraternidade uns para com os outros:
Imagine os senhores de engenho reencarnando em
um local onde estejam alguns de seus antigos escravos.
Imagine judeus - vítimas do holocausto -
encarnando junto a nazistas que foram seus algozes ou de seus familiares.
Imaginemos, acima de tudo, tempos sombrios da
humanidade, como a Idade Média, onde tanta maldade fora feita de forma
totalmente gratuita e legalizada.
Sem o lançamento desse límpido véu sobre
nossas vidas anteriores o mundo correria um altíssimo risco de se afundar em um
círculo vicioso de ódio recíproco entre os homens.
Temos que ter em mente que a existência
espiritual da alma é a sua existência normal. As existências corpóreas não são
senão intervalos, cuja soma iguala apenas uma parte mínima da existência
normal.
Vale lembrar ainda que tal esquecimento não é
definitivo. O espírito desencarnado pode sim lembrar - desde que julgue útil e
de acordo com a sua evolução moral adquirida - de acontecimentos de vidas
passadas, sejam quais forem; isso o auxilia, inclusive, na sua preparação para
uma nova encarnação.
Além disso, uma nova encarnação não faz de uma
pessoa um novo ser. Apenas o corpo muda, sendo o espírito o mesmo, com o seu
caráter moral e intelectualidade particulares, guardando assim todos os seus
instintos e pré-disposições, sejam bons ou ruins.
Fonte: Momento Espírita
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