quinta-feira, 15 de maio de 2014

DESFAZ-SE, NUVEM, NO CÉU CINZENTO...


Desfaz-se, nuvem, no céu cinzento,
diante da chuva que não tarda a cair!

Deixo-me abater pelo vão lamento
do sol, que, tão belo, deixa de luzir

por algumas horas, a tua clara luz
fulgurosa; esmaecendo a alegria

do dia, cuja tristeza, já me conduz
ao refúgio de minha tosca moradia;

onde os versos que antes compus,
já estão sendo lidos por amigos leais;

a me trazerem a paz que me induz
ao conforto dos gestos sentimentais.

A luz do sol, por enquanto, diminuta,
não impede, assim, a pouca alegria

do dia, que vê a chuva, tão resoluta,
caindo abundante sobre a terra já fria.
 
Lava o quanto antes, tão nobre chuva,
os males indesejados em minha alma;
 
clareia o meu eu, repleto de luz turva,
para que me livre da vida tão incalma.
 
E a chuva molha a terra tão necessitada
das águas naturais cheias de higienização
 
fluídica; e a minha alma, agora saneada
das agruras cármicas, repleta de emoção

feliz, ouve o canoro canto da passarada,
saudando o sol em um novo dia de verão!
 

Escritor Adilson Fontoura

 


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