segunda-feira, 23 de junho de 2014

NO MEIO DA TARDE

De súbito,
o tempo muda,
ainda não é noite,
rápido escurece
no meio da tarde;
a vida, as coisas,
parecem transparecer
tristeza; o vento
forte varre as ruas,
faz pairar o lixo, caem
os raios, o trovão
estremece o mundo;
um aparente temor
de destruição faz
sacudir, abalar
a natureza. E quando
o forte temporal
desaba a paz da vida,
tão instantânea,
desaparece diante
da presença
dos fenômenos
meteorológicos,
como se o Cosmo
fosse perder a sua
eterna, infinita
grandeza. Mas após,
a falsa noite vespertina
cede lugar a noite
real, que, já tão
calma, sem os
incômodos abalos
meteorológicos (como
se Deus, simulando
o fim do mundo,
nos desse um grande
susto), volta a brilhar,
tão maravilhosamente
enluarada e estrelada!
 
Escritor Adilson Fontoura



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