O atual governo avançou, quer dizer, deu continuidade em alguns
programas sociais, já em outros, estagnou, e se isso ocorreu foi porque a
corrupção não deixou que houvesse um melhor aproveitamento quanto às
necessidades mais prementes do povo... Assim, a revolta, a indignação do povo
não é contra político A ou B, partido A ou B, o que o povo exige é que os
nossos governantes sejam mais decentes, mais honestos e mais respeitosos no
exercício dos seus mandatos, prestando um serviço público de mais qualidade, fiscalizando
com rigor administrativo as verbas que são destinadas às obras de
infraestrutura espalhadas por todo o país, para evitar-se o desperdício, o
superfaturamento, valorizando assim, os impostos que são pagos diariamente pelo
povo, que continua a receber em troca muito pouco em benefícios sociais...
Deixar de enrolar o povo com promessas demagógicas de campanhas eleitorais, ou
evitar execução de obras de má qualidade com objetivos assistencialistas
eleitoreiros... O que o povo quer é consideração e não menosprezo por parte dos
nossos governantes... O que o povo quer é que os nossos políticos exerçam os
mandatos, mas não com apego e sim com desprendimento pelo poder, pois na
democracia o poder é naturalmente alternativo e não vitalício... E quem ao
poder democrático chega, a prioridade essencial é servir ao povo e não a quem
está no poder... A nossa sociedade também precisa contribuir com essa melhoria
consciencial, na medida em que não compactua com os políticos indecentes não os
reelegendo... Não se trata de paixão ou fanatismo por esse ou aquele candidato,
esse ou aquele partido, trata-se de defender, proteger a própria dignidade de
um povo que precisa avançar em seus princípios morais, para que haja mais harmonia
nas relações interativas sócias políticas; para que haja mais espírito de
solidariedade fraterna do poder pro povo e do povo pro poder, o que resulta
numa democracia mais justa, mais cidadã, mais igual, mais pacífica, mais
humanitária... Sonhar com o bem-estar social do povo estimula a esperançosa
confiança na melhoria moral desse povo, uma vez que a alma humana aprendiz do
bom e unitivo viver sócio afetivo, menos orgulhosa e egoísta, e mais humilde e
caridosa, usa o seu bom senso, a sua boa vontade no abnegado serviço do auxílio
fraterno coletivo, elevando-se perante si e perante Deus, mediante o gradual
desenvolvimento moral da consciência ainda inferior, irmanando-se coesa no
exercício edificante do amor e do bem comum no seio da sociedade da qual faz
parte.
Escritor Adilson Fontoura
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