Ai, que o meu
cantar
de poeta às
vezes,
é um lamento
silencioso de
minh'alma,
que, tão emotiva,
agora chora, com
dorida saudade
de quem muito
amava e foi-se
embora;
que só a
reencontro,
em sonho de
amoroso
contentamento.
Ai, que a minha
inspiração, às
vezes,
vem repleta
de tristeza, pois
sinto
falta de minha
amada,
que me doava
tanto
amor e carinho; e
como
eu lhe retribuía
com
a mesma
intensidade,
sinto-a em
espírito
ao meu lado, com
a mesma
delicadeza,
tocando bem de
leve
o meu corpo
trêmulo
de emoção, devido
à sua meiga
presença
espiritual em
nosso
aconchegante
ninho.
Ai, que só após o
seu
desenlace, fui
compreender, o
quanto
o amor espiritual
é mais edificante
do que o amor
carnal;
que é apenas
prazer
momentâneo da
carne
que um dia finda.
Embora não a
tenha
mais fisicamente
junto
de mim, vou me
contentando com a
sua
virtuosa presença
espiritual; assim
como
a vejo, a toco, a
abraço,
a beijo, e
mantenho
diálogos afetivos
emocionantes com
você,
em nossos
amorosos
encontros oníricos.
E ficamos assim,
nos
contentando com
o nosso amor
espiritual;
às vezes, eu me
desdobro,
e, em sonhos, te
visito;
às vezes, você,
já
desencarnada, me
visita;
e a nossa dorida
tristeza
se transforma em
aliviada
alegria. Até que,
em dado
momento, eu
possa,
em definitivo,
deixar
o corpo físico
que me
aloja, para
reencontrar-me
com você na
eternidade,
onde você, tão
paciente,
já me espera!
Escritor Adilson Fontoura
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