segunda-feira, 28 de julho de 2014

CANTAR DE POETA



Ai, que o meu cantar
de poeta às vezes,
é um lamento
silencioso de minh'alma,
que, tão emotiva,
agora chora, com
dorida saudade
de quem muito
amava e foi-se embora;
que só a reencontro,
em sonho de amoroso
contentamento.
Ai, que a minha
inspiração, às vezes,
vem repleta
de tristeza, pois sinto
falta de minha amada,
que me doava tanto
amor e carinho; e como
eu lhe retribuía com
a mesma intensidade,
sinto-a em espírito
ao meu lado, com
a mesma delicadeza,
tocando bem de leve
o meu corpo trêmulo
de emoção, devido
à sua meiga presença
espiritual em nosso
aconchegante ninho.
Ai, que só após o seu
desenlace, fui
compreender, o quanto
o amor espiritual
é mais edificante
do que o amor carnal;
que é apenas prazer
momentâneo da carne
que um dia finda.
Embora não a tenha
mais fisicamente junto
de mim, vou me
contentando com a sua
virtuosa presença
espiritual; assim como
a vejo, a toco, a abraço,
a beijo, e mantenho
diálogos afetivos
emocionantes com você,
em nossos amorosos
encontros oníricos.
E ficamos assim, nos
contentando com
o nosso amor espiritual;
às vezes, eu me desdobro,
e, em sonhos, te visito;
às vezes, você, já
desencarnada, me visita;
e a nossa dorida tristeza
se transforma em aliviada
alegria. Até que, em dado
momento, eu possa,
em definitivo, deixar
o corpo físico que me
aloja, para reencontrar-me
com você na eternidade,
onde você, tão paciente,
já me espera!
 
Escritor Adilson Fontoura
 

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