Faço poesia apenas lendo,
o meu ser poético interior;
componho o que vou vendo,
em arte inspirada com amor;
ai versos em mim florescendo,
qual flor sob o orvalho incolor.
O meu ser poético interior,
intui-me os versos sentidos;
qual lindo sonho de amor,
no alvor dos campos floridos;
sem abrir mão do meu labor,
leio os versos ainda não lidos.
Componho o que vou vendo;
leio só o que minha alma vê;
o que não era já está sendo;
não sei qual eu agora me lê;
outro eu talvez esteja lendo,
o que meu eu espera florescer.
Em arte inspirada com amor,
canta a minha alma contente;
canta o que lê com esplendor,
a poesia que brota emergente;
absorve o aroma suave da flor,
em versos de amor tão presente.
Ai versos em mim florescendo;
leio em minha alma o que sou:
o poeta da vida já renascendo;
ó alma alada que de mim voou;
jamais penso em mim morrendo;
porvir sem carne que já findou;
Qual flor sob o orvalho incolor,
leio os meus versos conclusivos;
arte poética doada pelo Criador,
aos diversos eus sempre vivos;
não sou só eu em meu interior;
outros eus me leem tão altivos!
Escritor Adilson Fontoura
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