Quem é poeta
repara no jeito peculiar
de como as
formigas andam enfileiradas,
carregando
pequenas folhas cortadas
para armazená-las
num formigueiro
qualquer. É nesse
momento artístico para
o poeta, que
brotam os versos vegetais
que vão nutrir as
formigas no interior
de suas tocas,
esburacadas por esses insetos
operários que se
comprazem em exercer
tarefas
rotineiras, com o fim de existirem
segundo a
característica de sua espécie.
Terei, como as
aplicadas formigas,
a destreza de
construir os meus versos,
da mesma forma
como elas se agrupam
em família para
sobreviverem em harmonia
afetiva, no
ambiente doméstico do formigueiro?
Terei paciência
para esperar que os vocábulos
se juntem, para
darem em versos o sentido lírico
do texto poético,
do mesmo modo que as formigas
andam pacientes
em suas ocupações diárias,
transportando os
alimentos vegetais para
se nutrirem, dispondo
de tempo no meio
do caminho para o
cordial gesto interativo
de saudação? Será
que terei o pensar
literário
suficiente, para saber apreender
o estilo preciso
do poeta que ainda tenciono
ser, extravasando
em inspirações ocasionais,
toda a força
poética da consciência artística,
do mesmo jeito
que as formigas se reúnem
nas primeiras
horas da manhã em seu pensar
conjunto
instintivo, para desenvolver ações
sociais
sintonizadas com a unidade cósmica
que as irmana no
interior de suas colônias
habitacionais?
Certamente, a mesma força
pensante divina
que me inspira a compor
e concluir essa
prosa poética tão inspirada,
inspira também as
operárias formigas
a exercerem
diariamente os seus ofícios
tarefeiros,
ensinando os homens a não
serem ociosos nem
individualistas, mas
ativos operários
a se comprazerem
com as funções
coletivistas que exercem,
impelindo o bem
comum pela caridade social!
Escritor Adilson Fontoura
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