segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A FLOR E O TEMPO



Escritor Adilson Fontoura

A flor do amor
nasce no tempo.
O tempo infindo.
O túnel do amor.
 
A flor e o tempo
unidos em cópula;
no clarão do dia;
no ermo da noite.
 
O que é o amor,
se não essa flor,
louca de desejo
para ser amada?

O que é o tempo,
se não essa ave
solta no vazio
à cata do amor?
 
Sofre o tempo,
à fuga da flor?
Ao léu do vento,
voa o tempo à flor?
 
Face rósea da flor,
ao sabor do amor.
Derrama no tempo,
doce mel de abelha;
 
que solta centelha
de fogo abrasador,
num gesto sensual
de amor à flor.
 
A flor aberta
à mercê do tempo:
ri-se de contente,
cheia de deleite.
 
A flor do tempo.
O tempo da flor.
Amam-se no templo:
O templo do tempo.
   
Onde reina a flor,
tão louca de amor.
Um amor profundo,
de alma no mundo;
 
de tempo sem hora;
de flor que flora;
de abelha na flor;
mel doce de amor.
 
O amor da flor.
O amor do tempo.
Juntos num só amor,
ao léu do vento.
 


 


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