Adoro olhar para as coisas simples,
pois elas têm muita relevância para mim.
Quem não se interessa em olhá-las,
é porque não tem sensibilidade para
admirá-las.
O silêncio, por exemplo, não dói em mim,
e é tão simples olhá-lo, senti-lo,
perscrutá-lo.
Mas para alguns, o silêncio dói muito,
pela insensibilidade de não saber lidar com
ele.
E nem sequer olham-no, com o olhar da alma
que têm dentro de si, sem importar-se em
tê-la.
Quem tem a alma sensível como a minha,
ama a solidão, o silêncio, a quietude das
coisas.
Porque as coisas quietas, assim são, só na
aparência,
uma vez que, se reparar bem, se perquirir bem,
a vida invisível aos nossos olhos carnais
está ali presente, impelindo-as a
movimentar-se,
pela ação incessante da Causa Primária,
gerando efeito cósmico nas energias materiais
e espirituais, criando e recriando as coisas,
estejam elas inertes ou ativas em suas
existências.
Inicio a olhar as coisas simples, a partir
do meu interior simples, da simplicidade do
meu viver.
A alma luminosa se nutre de humildade e
caridade.
A alma trevosa se nutre de orgulho e egoísmo.
A felicidade é uma satisfação interior
conquistada
aos poucos, conforme a alma evolui em
moralidade.
Ser simples no viver é apreender a beleza do
próprio
interior, exteriorizando-a à suficiência do
servir espontâneo.
É mediante a contemplação das coisas simples,
que sinto a leveza da alma voando alada nos
ares astrais.
São nesses simples momentos de sensibilidade
espiritual,
que brotam os meus poemas, plenos da beleza
simples de Deus!
Escritor Adilson Fontoura
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