Não será o fluir manso
dessas águas, que vão
levar (e lavar) os meus
traumas tormentosos;
tampouco vão curar-me
das infelizes mágoas
que acumulo em meus
dias e noites tumultuosos.
Mesmo assim, em meu
sofrer tedioso por
tamanhas desventuras,
não nego auxílio aos que
também sucumbem
nos destroços das suas
agruras, porque, embora
um tanto impuro,
sobra-me no entanto,
um pouco de preciosa
bondade, para que
a exercite e a semeie
em quem dela sinta
uma premente necessidade
em melhorar-se, num dado
momento de sua desditosa
vida experimental. O que
flui de mim nessas águas,
seja talvez, a sujeira
dos prazeres mundanos
carnais, que outrora,
serviam para aprazer-me,
movido pelo instinto
da alma animalizada.
O que não flui tão breve
(nessas águas que não
esperam por mim),
decerto, são as minhas
impurezas morais, ainda
acumuladas na consciência
inferior. No entanto, embora
a caminhada evolutiva seja
muito longa, me beneficio
sim (quando banho-me nelas),
não do seu fluir material
impuro, mas do seu fluir
espiritual puro, que, tão
fluídico, age como um
antídoto balsâmico
em minha essência,
banhando-me com boas
e revigorantes energias
morais, para que eu (alma
aprendiz), continue
evoluindo com saúde
espiritual, em minha
imprescindível
caminhada regenerativa!
Escritor Adilson Fontoura
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