terça-feira, 13 de maio de 2014

POEMINHA EM PROSA REFLEXIVO


Sei que és do teu modo, um tanto infeliz, morando nesse casebre de taipa e chão batido; mas retiras de tua pobreza, as lições para uma vida vindoura feliz, mediante as provas porque passas, em teus dias e noites entristecidos. Suportas, sob esse telhado de velhas pingueiras, o teu carma tão dorido, mesmo que, em vagos sonhos, sintas alegria em ver-se morando numa vivenda suntuosa; que não condiz, entretanto, com a pobre realidade que vivencias, oposta aos teus desejos oníricos tão reprimidos. Se passas agora por duras provas, antes de reencarnar, foi desse modo que quis. Portanto, não sintas falta de luxo e riqueza em tua vida carnal passageira, porquanto, em etapas anteriores, não as soube usufruir com humildade e caridade; aprendes, então, a viver com simplicidade a tua pobreza, que será, a teu porvir, tão alvissareira, à medida que perseveras na superação do que outrora só lhe trouxe infelicidade. Vivas em tua tosca casa, retirando da pobre moradia a tua valiosa riqueza moral; decerto não vês, mas em teu recinto doméstico, salutares energias são derramadas por anjos celestiais; que se acumulam em teu espírito como sentimentos virtuosos, repercutindo em teu estágio experimental de vivência encarnada, para que avances gradativo, em teus renovados intentos conscienciais.
 
Escritor Adilson Fontoura


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