sábado, 9 de agosto de 2014

O CAVALO


De dia e de noite,
o cavalo se nutre
no verde capinzal.

No silêncio
bucólico da pastaria,
a terra
é quase sempre verde,
e o céu
quase sempre azul,

para quem contempla
com os olhos líricos,
a natureza.

Para o cavalo que pasta,
ora parado,
ora em suaves passadas,

as horas não têm
nenhuma acepção;
e o tempo inexiste,
como na eternidade.

Por isso, arredio,
ele abana o rabo
para tanger as moscas
de seu lombo.

Por isso, arredio,
ele pasta, pasta, pasta,
até o momento
de seu dono
ir procurá-lo,
para, sobre ele,
cavalgar.

Ó que alegria do cavalo,
pastando,
tão belo e tão livre
no campo verde!

Ó como é lindo
ver no cavalo,
a sua destreza
animalesca!

Ó como é saudável
vê-lo nutrido e disposto,
para o deleite
de seu dono!

Há no cavalo,
uma calma
que às vezes,
o homem não a possui.

Há no cavalo,
uma brutalidade
que às vezes,
o homem a possui.

Há no cavalo,
não a inteligência
de saber de si
e das coisas,
destinada
por Deus ao homem.

Mas, o instinto natural,
dádiva também de Deus,
que lhe permite
só sobreviver:

para pastar,
para correr,
para cavalgar,
com ou sem
o cavaleiro!
 
Escritor Adilson Fontoura
 







Nenhum comentário:

Postar um comentário